O terreno de quase 5 mil metros quadrados que o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso (Crea/MT) recebeu em concessão do governo estadual, no Centro Político Administrativo de Cuiabá, deverá ser ocupado por um conjunto desenhado por Letícia de Azevedo Oliveira, de Belo Horizonte. A arquiteta venceu o concurso de anteprojetos para a nova sede da entidade, cujo resultado foi divulgado no final de agosto. O primeiro lugar deu à equipe – também integrada por Eduardo Oliveira França e Hernan Roberto Espinoza Rieza – o prêmio de 25 mil reais.
O processo de escolha foi diferente da maior parte das competições dessa natureza: profissionais ligados à entidade elegeram, por voto através da internet, a melhor entre cinco propostas selecionadas por uma comissão julgadora na primeira fase. O trabalho vencedor teve a preferência de 48,84% dos votantes. Em segundo lugar, com 25% dos votos, ficou Marcus Ricco La Motta, de São Paulo, que receberá 15 mil reais. Em seguida, vieram Antônio João Malícia Filho, Thiago Natal Duarte (ambos de São Paulo) e Marcos Luciano Sica Garcia (Santa Catarina). O edital do concurso estabelece que caberá à direção do conselho a palavra final sobre o projeto a ser implantado – ela escolherá, a seu critério, qual deles terá os projetos executivo e complementares desenvolvidos. Não deixa de ser curiosa a salvaguarda, ainda mais em razão do nome dado ao certame: O Crea que Eu Quero.
A proposta do trio mineiro distribui o programa em três volumes, que podem ser construídos de forma independente. Um deles vai abrigar o auditório/plenário, outro receberá o saguão e o terceiro destina-se às estações de trabalho. O auditório/plenário é tratado como espaço público, com a laje superior funcionando como uma praça/mirante. Para a equipe vencedora, a criação de um bloco articulado com a praça sob a cobertura de estrutura metálica e vidro permitirá um microclima favorável à apropriação dessa entrada do conjunto, colaborando no atendimento à sua função pública.
O saguão, de uso semipúblico, é o elemento articulador da edificação – o foyer do auditório/plenário é uma extensão dele. Sua função é distribuir os fluxos de entrada e saída e servir de apoio ao auditório/plenário. O bloco das estações de trabalho procura tornar confortável o dia-a-dia de seus ocupantes, assegurando-lhes o conforto térmico e a manutenção da vista do exterior. A idéia central para a concepção do projeto foi criar um conjunto arquitetônico que seja expressão da união entre a excelência construtiva e a cultura local do Mato Grosso, conceituam os autores.
Fonte: PROJETODESIGN
Edição 344 Outubro de 2008