O VidroSom – Seminário de Soluções Acústicas em Vidro –, em sua 6ª edição, consolida-se como importante ferramenta de informação e capacitação técnica para os profissionais do setor. Realizado no Espaço Milenium, em São Paulo, o evento contou com patrocínio exclusivo da CEBRACE e cinco palestras com os seguintes temas: inovações tecnológicas como, por exemplo, uma janela de correr que dispensa caixilhos; estudo de casos; o papel do vidro como elemento construtivo; a evolução do uso do vidro em fachadas; e ensaios e aplicações técnicas da Norma de Desempenho. Os palestrantes participaram depois de um debate mediado por Fernando Rosa, gerente geral da AFEAL.
Durante o encontro, Nelson Firmino, especialista em soluções para fachadas especiais, recebeu uma homenagem pela sua contribuição ao setor. Também foram apresentados os vencedores do Concurso de Desenho sobre Poluição Sonora: João Victor Pereira e Giovana Moreira, alunos da 5ª série do Colégio Oswaldo Cruz; e Thainá Pereira e Elieuda Oliveira, da Nova 4E, entidade que atende crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual e que recebeu a doação de R$ 15 mil, arrecadado com as inscrições do evento. Em seguida, o público se emocionou com o vídeo “Sonhos”, da Nova 4E, no qual um grupo de alunos relata de forma simples e singela qual o seu maior sonho.
O empresário Edison Claro de Moraes, superintendente da Atenua Som, comentou que este foi o melhor de todos os eventos realizados até agora: “Recebi telefonemas de várias pessoas que fizeram questão de elogiar o nível e o conteúdo das palestras”, frisou, acrescentando que o evento deverá ser realizado em Salvador no ano que vem.
As palestras
O VidroSom deste ano contou com cinco palestras. Na primeira, o engenheiro Carlos Henrique Mattar, da CEBRACE, dividiu sua apresentação em duas partes: na primeira recordou conceitos interessantes sobre como o som funciona, como é transmitido, como é feita a caracterização e a intensidade. Já na segunda parte, mostrou como o vidro isola ruídos, seu desempenho acústico e a evolução do uso do vidro em fachadas. Concluiu com estudos de casos e apontou edifícios modelos de soluções acústicas como o Pátio Victor Malzoni, em São Paulo.
Edison Claro de Moraes apresentou um estudo de caso no luxuoso Hotel Unique, em São Paulo: Um “ruído estridente” na casa de máquinas perturbou hóspedes e desafiou especialistas de acústica durante um bom tempo. Ele lembrou que os proprietários já estavam propensos a trocar o vidro. “Foram feitas diversas medições até que a situação foi resolvida graças a Lei da Fresta, segundo a qual 1 mm de fresta pode representar 10% de perda no isolamento”, frisou.
Em sua apresentação, o arquiteto Marcos Holtz, sócio da Harmonia Acústica, mostrou a evolução do vidro como material construtivo e inovações tecnológicas implantadas em edifícios de várias partes do mundo. Além disso, chamou a atenção ao enfatizar que se o caixilho é ruim, não adianta colocar o melhor tipo de vidro. “Como as obras precisam de financiamento, as empresas são obrigadas a atender as normas técnicas. Por isso, a qualidade dos caixilhos vai ter que melhorar”, frisou.
O empresário José Guilherme Aceto, diretor geral da Avec Design, apresentou uma janela com inovações tecnológicas. Segundo explicou, trata-se de uma janela de correr, transparente, padronizada, com aplicação de vidro laminado ou temperado, que dispensa caixilhos e manutenção. “Estamos fazendo os últimos testes e vamos lançar no ano que vem”, concluiu.
Por último, a engenheira Michele Gleice, diretora técnica do ITEC – Instituto Tecnológico da Construção Civil – apresentou resultados de ensaios realizados nos laboratórios da Atenua Som/Modal, Concremat, IPT, Unisinos, entre maio e junho deste ano. Por exemplo: as esquadrias de correr com persiana integrada tendem a ter melhor desempenho acústico; e necessidade de realizar ensaios em novas esquadrias, utilizando o desempenho do vidro em favor da esquadria.