O vidro pode ser a estrela de um projeto arquitetônico pela facilidade que existe em adaptar esse material às necessidades do cliente. Do piso ao teto, o material ganhou tantas propriedades complementares que já agrega segurança, proteção ultravioleta, térmica e acústica na mesma chapa. A função primordial do vidro é integrar espaços com suavidade. Em geral, a aplicação mais comum é nas portas que dividem ambientes internos e externos, as coberturas também são muito solicitadas com o mesmo objetivo. Na edificação o vidro está em portas, janelas, divisórias, guarda-corpos, escadas e até no piso, especialmente no mezanino, além das fachadas.
O arquiteto César Henrique Gomes destaca a versatilidade do vidro na integração dos espaços interno e externo. O material cria uma moldura para a área verde da edificação, isso agrega leveza e luminosidade ao ambiente. Eu costumo utilizar o vidro para integrar sala de estar e jardim. Para equilibrar a variação de calor, usamos vidros especiais com coloração e fator de proteção ultravioleta. O conjunto minimiza o efeito estufa, explica.
Uma das vantagens de projetar com vidros é a disponibilidade de materiais de alta qualidade que podem servir como base, revestimento e até como componente de segurança para portas, janelas e muros (blindado, de alta resistência a impacto e antifogo, por exemplo). Entre os tipos de vidro estão o comum, temperado e laminado, cada qual com características específicas e indicação de uso.
Tipos de uso
O gerente de vendas de uma vidraçaria em Maringá, Raphael Sequim afirma que o vidro temperado é o mais procurado para janelas, portas e divisórias. Já o vidro laminado é o campeão de indicações para coberturas, guarda-corpo e outros usos de segurança. Nós não fazemos orçamento por telefone, enviamos um especialista até a obra do cliente para analisar as condições e necessidades. Junto com o profissional que assina o projeto chegamos ao produto ideal, diz.
O vidro laminado com proteção ultravioleta é um dos campeões de venda para projetos residenciais porque a cidade tem sol praticamente o ano todo. Boa parte do produto usado em coberturas ou fachadas é verde refletivo, essa tonalidade permite a entrada de luz mais sutil que o vidro transparente e filtra os raios solares, reduzindo não apenas a temperatura interna da edificação, como o desbotamento de pisos, paredes, móveis, tapetes e cortinas – comumente causado pela ação solar. Os arquitetos e engenheiros podem utilizar o vidro em chapas lisas ou curvas, em cores de fábrica (ou com pinturas especiais em serigrafia), além de blocos ou formatos especiais (elemento vazado).
Os padrões de preço variam na mesma proporção da oferta de produtos, mas a diferença de custo entre o vidro laminado e o vidro temperado é pouca se forem chapas simples. Os valores se distanciam quando o vidro começa a agregar outras propriedades. Existe inclusive vidro temperado laminado simples ou duplo que agrega as vantagens dos dois tipos de material.
O profissional que realiza o projeto é quem estuda as possibilidades do cliente. Hoje há projetos em que o vidro é a estrela e pode aproveitar tudo o que a tecnologia oferece, por outro lado há espaços em que o acrílico se encarrega de garantir o efeito do vidro e atende às necessidades do cliente, afirma César.
O arquiteto explica que nos projetos com vidro, especialmente os mais ousados, a segurança e o desempenho da edificação dependem de cálculos a prova de erros, por isso já existem engenheiros especializados que oferecem suporte aos profissionais.
UM TIPO PARA CADA NECESSIDADE
Agregar películas, chegar a cores exclusivas ou formas inusitadas, para tudo o vidro tem solução. O mercado oferece várias opções, que partem do vidro comum (liso ou duplo), curvos, refletivo, cristal, antirreflexo, temperado e laminado. Se a necessidade for mais específica como reduzir o barulho ou minimizar o calor, os vidros podem ser duplos, triplos, termoacústicos, low-e que refletem o calor de volta para fonte, ou refletivos (reduz o calor em 60%), aramados, autolimpantes, coloridos, serigrafados, impressos e blocos de vidro.
Projeto concluído chega a hora de escolher o vidro
O vidro cristal é o tipo mais antigo e comum no mercado, mas não é indicado para todos os usos. O material tem propriedades básicas: transparência, resistência, durabilidade e é mais barato que os outros. Ganha proteção acústica, se produzido na forma dupla (ou insulada). Um dos problemas é que ao quebrar faz cacos pontiagudos e há risco de acidentes. O vidro temperado é o vidro comum depois de submetido a um tratamento térmico especial, que aumenta sua resistência sem alterar as propriedades originais. Pode ser até cinco vezes mais resistente a impactos e mais seguro porque, ao se quebrar, produz cacos pequenos. É recomendado para portas, divisórias, móveis, boxes, automóveis, etc.
O vidro laminado une duas chapas recheadas por uma película plástica. É muito resistente, tem proteção UV, pode ser refletivo, tem resistência térmica e propriedades acústicas. Esse é o tipo mais seguro para as pessoas porque, em caso de ruptura, os cacos continuam presos à película. Essa é a escolha para vitrines, corrimões, cercas de vidro, portas e divisórias. Existe ainda a opção do vidro temperado laminado, que agrega as vantagens dos dois.
Fonte: odiario.com