Quando
se trata de reciclagem, o Brasil está bem colocado entre países de todo o
mundo. É o país que recicla 17.5% de plásticos, 73% de papelão ondulado, 78% de
latas de aço para bebidas, 44% de vidros e embalagens de vidro e 87% de
alumínio. Esses índices ficam atrás apenas de países da Europa, que investem em
reciclagem e reeducação a respeito do lixo com seus cidadãos há muito mais
tempo do que o Brasil.
No
entanto, esses índices poderiam ser infinitamente melhores. 90% dos resíduos
sólidos urbanos do Brasil vão parar em lixões ou aterros sanitários. Apenas
1.5% desse lixo vai para compostagem, e pouco mais de 8% desse lixo é de fato,
reciclado.
Isso
se deve às políticas públicas para o destino do que é consumido e então jogado
fora: não raro, os cidadãos separam seu lixo em casa, mas quando ele chega ao
aterro, essa separação não faz diferença, pela empresa que cuida desse lixo não
ter recursos ou experiência em lidar com isso.
Os
aterros não são apenas preocupantes por representarem a falta de reciclagem:
eles são preocupantes por tudo de negativo que podem trazer: doenças, mau
cheiro, poluição de vertentes e lençóis freáticos, e outros inúmeros
malefícios.
De
uma maneira que é revoltante, mas ainda assim, não surpreendente, esses aterros
estão localizados nas áreas mais pobres de cada cidade, piorando ainda mais a
situação de pessoas que já não estão em vivendo em condições ideais. O lixão,
por muitas vezes, torna-se fonte de renda, onde catadores procuram materiais
que podem ser vendidos para reciclagem – papelão, alumínio e vidro,
principalmente – mas mesmo este tipo de trabalho não têm os benefícios que
deveriam ter.
É
necessário que políticas públicas de reciclagem incentivem a reciclagem nas
cidades, e não apenas a separação do lixo. Seria imprescindível também que
catadores e outros trabalhadores que influem diretamente no processo de
reciclagem tivessem melhor remuneração e condições de trabalho.
Mais
importante ainda, é que as empresas responsáveis pelo recolhimento do lixo
sejam responsáveis também pela sua reciclagem, na maior quantidade possível.
Os
gastos com esse processo podem não ser baixos, mas os benefícios são muito
maiores. Há diversas formas em que o lixo pode ser usado, que nem mesmo
começaram a ser exploradas no Brasil, como, por exemplo, na incineração com
recuperação de energia: um processo usado em 52% do lixo da Suécia, e em 58% do
lixo da Dinamarca, e que nem mesmo é conhecido no Brasil – pelo menos, não em
grande escala.
Reciclagem
é um assunto sério, que deve ser tratado como tal. É necessária a implantação
de políticas públicas para a efetivação dos benefícios que este serviço traz.
Fonte:
Cultura Mix
Indicação de
empresas e entidades recomendadas pelo portal Guia do Vidro