Restos de vidro transformam-se em arte
Artistas
da região sul mostraram trabalhos inusitados feitos
com
sucatas de vidro durante a Fenavid Florianópolis
do Vidro e Alumínio, que se realizou neste ano na cidade de Florianópolis (SC),
do dia 4 ao dia 6 de junho, inovou nesta edição e foi além do vidro para
construção civil. Artistas da região sul aproveitaram a oportunidade para
mostrar que vidro também é arte e realizaram a Mostra Vidro em Arte, realizada
paralelamente à Feira.
Através da técnica de fusing –
vidros moldados sobre temperaturas em torno de 840ºC a partir de vidro
reciclado, estes profissionais criam belas e diferenciadas peças para
decoração, como luminárias e vasos, e ainda trabalhos inusitados, como treliças
e até sapatos de vidro.
O aspecto positivo da mostra é a
contribuição social e ambiental que representa a técnica da arte
para a arte de fusing tem origem nas sucatas coletadas em vidraçarias, garrafas
descartadas, bares e demolidoras, que, se não fossem reciclados, seriam
lançados ao meio ambiente a cada dia.É uma grande satisfação poder ganhar a
vida e ao mesmo tempo contribuir com o meio-ambiente e com a sociedade, afirma
Eugenio Ferenc, que há seis anos trocou a profissão de técnico-eletrônico e
uniu forças junto à esposa Soeli para uma nova forma de viver e trabalhar.
Atualmente ambos trabalham unicamente com a técnica, e suas obras de arte já
foram expostas em várias mostras na região sul e poderão ser conferidas pelos
visitantes durante o evento. A opção dos dois foi trabalhar apenas com
materiais descartáveis.
transformam-se em relógios e chaveiros inusitados. Uma criação da Soeli Ferenc,
que optou por trabalhar apenas com restos de vidro e ajudar ao meio ambiente e
a si própria. De acordo com ela, existe bastante interesse para estas peças,
que podem servir para um presente diferenciado ou brindes para empresas.
A criatividade ganha
asas com o vidro moldado em altas temperaturas. Sapatos de vidro foi a
temática utilizada pela artista plástica Heloisa Petry, moradora da cidade de
Novo Hamburgo, a
de Porto Alegre. A idéia de criar sapatos de vidro nasceu de forma espontânea,
através das memórias de sua infância – Heloisa é filha de um calçadista da
cidade hamburguense. Encantada com as possibilidades de manuseio do vidro,
Heloisa utilizou as lembranças das brincadeiras no chão da fábrica cheio de
calçados como referência para o seu processo de criação.
ganham cores e efeitos visuais com a utilização de fios de cobre e miçangas,
que são algumas das obras que mais ganharam repercussão na carreira da artista.
Mas sua lista de criações vai muito além dos sapatos. Poderão ser conferidos no
evento peças para decoração como treliças, castiçais de velas, e até troféus em
vidro feitos sob encomenda.
Outra artista que
mostrou obras diferenciadas em vidro é a curitibana Loire Nissen, que é
responsável pela organização da mostra. Loire mostrou trabalhos em vidros
termo-moldados e vitrais que captam a luz e compõem peças tridimensionais,
formando verdadeiras esculturas em peças abstratas e utilitárias, como
luminárias únicas. Atualmente, a artista é responsável pela oficina de
trabalhos em vidro do Museu Alfredo Andersen e faz parte do conselho curador da
casa João Turim, na cidade de Curitiba.
Já a artista e secretária
executiva aposentada Luci Lamar encantou-se com a arte em vidro por acaso. Ao
auxiliar o marido proprietário de uma pequena vidraçaria, Luci chateava-se com
a quantidade de cacos de vidro que era desperdiçada e resolveu agir e mudar
de vida. Após ter trabalhado praticamente como autodidata durante alguns anos,
Luci investiu na compra de um forno e em cursos como os de vitral e de fusing,
no Centro de Cultura Italiana, que
possibilitou a ela premiações e menções honrosas pela cidade de Joinville.
Sinto que a cada fornada, a criatividade aumenta e parece não ter fim, diz a
artista, animada com as mudanças que a arte proporcionou a ela. Durante a
Fenavid, Luci mostrou cubas para pias, peças decorativas, utilitários, quadros,
cinzeiros, entre outros trabalhos.
trabalho desenvolvido em conjunto por todas as artistas vidreiras de
Curitiba, são as jóias com prata e vidro reciclado, que foram sucesso de
interesse e vendas nesta edição da Fenavid, além de bijuterias com vidro que
foram lançados no evento.
Mosaico com vidro foi um trabalho
desenvolvido por Malena Roman e sua mestra Celina Lima, que adotaram esta arte que
trabalha com o mosaico de uma forma mais sofisticada. Cada peça de vidro é
pintada a frio e recortada artesanalmente, descartando a necessidade de se usar
o forno para derreter o vidro. O resultado é impressionante para os olhos.
Outro trabalho diferenciado nesta
edição foi do artista Fábio Mraz, um ex-psicólogo e publicitário que se
encontrou na arte de fusing. Seu diferencial é o acabamento, a pintura
detalhista e as folhas de metais que utiliza internamente ao vidro, gerando um
efeito bastante interessante. A folha de cobre dá o aspecto dourado, a folha de
alumínio, um resultado mais escurecido e de latão, a cor dourada.
Gosto de uma
arte mais minimalista, sem muitos detalhes, diz o artista, que inclusive teve
uma de suas obras expostas em um ambiente na Novela caminho das Índias, da TV
Globo, no apartamento de Murilo, personagem de Caco Ciocler.
Exposição
Arte em Vidro
Silvane Burkot Josiane
Pereira Mota, Eugenio Ferenc, Soeli Terezinha Ferenc,Maria Tatiana Paz Correia,Desiree
Sessegolo, Aucilina Macedo Marcondes, MarizeGonçalves Sabóia, Luci Lamar Perly
Regis,Odete Naria da Conceição, Maria elena de Oliveira, Maria
Luiza Muniz Marques,Loire
Nissen, Denise Nissen, Eliane Mara de Souza Chichof, Fabio Mraz e Heloisa
Petry.
Imprensa
Mariana
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