O governador Simão Jatene e representantes das empresas Norsk Hydro, Albras e Alloys assinaram nesta segunda-feira (21), em Belém, um termo de compromisso que demonstra o interesse das três empresas em fazer negócios e ampliar a verticalização do alumínio no Pará. Estudos já vêm sendo realizados com esse objetivo.
A meta é que, em breve, a Albras – empresa que integra a cadeia produtiva da Hydro – possa fornecer alumínio diretamente para a Alloys Pará, que planeja instalar no Estado unidades para produzir tarugos, produtos extrudados e uma fábrica de reciclagem de alumínio.
A assinatura do termo de compromisso aconteceu durante uma audiência dos representantes das empresas com o governador, no Comando Geral da Polícia Militar. Além de Simão Jatene, assinaram o documento o vice-presidente da Hydro, Johnny Undeli, e os diretores presidentes da Albras, Takashi Nakamura, e da Alloys, Marcel Popovici. A audiência também foi acompanhada pelo titular da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração, David Leal, e por outros diretores das empresas.
Marcel Popovici explicou que a Alloys pretende trabalhar com quatro linhas. Uma delas é a produção de alumínio para desoxidação do aço, ligas secundárias e pó de alumínio, a partir da sucata. Ele argumentou que, com a possibilidade de implantação da Alpa (Aços Laminados do Pará) em Marabá, município do sudeste paraense, para a produção de lâminas de aço, automaticamente se criará a oportunidade para instalação da unidade de produção de desoxidante do aço.
Investimento – Outra linha de atuação da Alloys seria na produção de tarugos, visando abastecer o mercado da construção civil e da indústria de transporte. “Esses são os maiores consumidores desse tipo de material”, informou o diretor. Somente as duas unidades de produção – de desoxidantes e de tarugos – deverão representar um investimento de cerca de U$ 100 milhões. A previsão dos dirigentes da Alloys, que apresentaram as plantas ao governador, todo o projeto deverá ser posto em prática nos próximos três anos.
A iniciativa, que pode resultar em uma nova frente de verticalização do alumínio no Pará, tem a intercessão do governo do Estado, que, além de incentivar a verticalização do alumínio, tem como principal objetivo agregar valor ao produto e garantir o abastecimento do mercado local.
“Já houve várias conversas entre as empresas, e coube ao governo intermediar esse diálogo. Foi quando percebemos uma oportunidade muito boa e decidimos incentivar, já que a verticalização mineral sempre foi uma meta de governo”, explicou David Leal.
Simão Jatene ressaltou que a verticalização mineral é um sonho antigo da sociedade paraense, e que ao longo do tempo tem sido objeto de inúmeros discursos. Ele disse aos diretores das empresas que, por causa do histórico de perdas e da falta de compensação por parte da União, em função da desoneração das exportações, a sociedade passou a ver a questão com “certo desencanto”. “Tenho certeza de que esse é um passo importante para, de fato, verticalizar a nossa produção. Mas a partir de agora temos que ter em mente de que não podemos criar expectativas na sociedade para depois frustrá-las”, enfatizou o governador.
Fonte: Agência Para
Publicado em 22/10/13.