Ambientalista e documentarista, Céline Cousteau, esteve
no Brasil para promover a campanha Vidro
é Vida, que incentiva o uso de embalagens desse material por suas
vantagens ambientais e de conservação de alimentos. Ela ainda aproveitou a
visita para falar sobre sua paixão pela Amazônia.
Você sabia que o vidro
é feito a partir de elementos naturais e não tóxicos: areia, calcário e
carbonato de sódio e, por isso, mesmo, ainda que descartado de forma incorreta
não se decompõe em substâncias químicas? O vidro
também é inteiramente reciclável. Sua reciclagem, aliás, pode ocorrer infinitas
vezes. Para promover essas vantagens em relações a outros materiais – como o
plástico, por exemplo, que polui o solo, alimentos e oceanos, inclusive
intoxicando animais -, a ambientalista e documentarista francesa Céline Costeau
– que é neta do pesquisador e oceanógrafo Jacques-Yves Cousteau – esteve no
Brasil para lançar a campanha Vidro é
Vida*, que já foi lançada em outros doze países.
Em entrevista coletiva à imprensa, ela ressaltou que,
além de não prejudicar o meio ambiente, as embalagens
de vidro apresentam inúmeros outros benefícios, tais como:
– podem ser reusadas para guardar alimentos e objetos e
ainda vão do microondas à geladeira;
– preservam o sabor e a consistência dos alimentos;
– evitam que os produtos armazenados interajam com
materiais químicos;
– aumentam a atração dos clientes por suas formas, cores
e decorações;
– permitem que os clientes vejam o produto como ele
realmente é.
O mote central dessa campanha mundial é estimular
escolhas ambientalmente corretas pelos consumidores. Afinal, escolhas erradas,
mesmo que pequenas, podem sobre explorar o meio ambiente, poluí-lo e prejudicar
as nós mesmos. E, por isso, reúne diversos porta-vozes como empresários do
setor de vidro, além de designers, artistas plásticos, chefes de cozinha e
chefes de famílias, além de Céline, que aproveitou sua vinda ao Brasil para
falar também sobre os projetos que se envolve para proteger o planeta. Está é
a minha quinta vez no país. Sempre venho visitar a Amazônia. Recomendo muito
que conheçam esse lugar tão especial, enfatizou.
Sua inspiração para trabalhar imersa na natureza veio
de sua mãe e, também, da avó. Vendo o trabalho delas a bordo do Calypso (navio
de pesquisas hidrográficas comandado por Jacques Cousteau, seu avô) é que
entendi que eu também poderia ir a campo, contou. Foi acompanhada pelas duas –
e pela tripulação – que, aos nove anos, esteve pela primeira vez na Amazônia.
Naquela idade não sabia qual seria o impacto de visitar a Amazônia, mas foi
tão profundo que volto sempre.
Em 2006, Céline visitou, entre outros lugares, a
reserva indígena do Vale dos Javaris, um lugar extraordinariamente incrível.
Lá se impressionou com o fato de que a maioria da população está doente: com
hepatite ou malária. Logo pensei: por que não estamos tomando conta dessas
pessoas?. Depois de pouco tempo, voltou à região como voluntária da ONG Amazon
Promisse*, de assistência médica. Além de ajudar nas consultas e arrumar as
casas das pessoas, filmou um documentário para ampliar as vozes e as histórias
daquela população (o vídeo pode ser assistido nocanal de Céline Cousteau, no
YouTube).
Em outra ocasião, visitou a Amazônia equatoriana e se
deparou com uma história impactante. A região não tinha serviços de saneamento
e tratamento de esgoto e os moradores das palafitas não tinham outra saída se
não despejar seus dejetos e resíduos no rio, pela janela de casa. Essas
pessoas não tinham escolha, mas nós temos. Não se pode separar o ecossistema em
partes, temos que pensá-lo como um todo. A ideia de que estamos separados do
nosso ambiente não é verdade.
Fonte: Planeta Sustentável