Abreu Júnior e Beatriz Kubelka
Casa de vidro
A casa, com
foi montada em Florianópolis
Monta, desmonta e muda de lugar
Uma pesquisa sobre arquitetura efêmera e cenográfica
estimulou os arquitetos Abreu Júnior e Beatriz Kubelka a desenvolver um projeto
inusitado: uma casa de vidro e estrutura metálica que pode ser montada em
apenas três semanas e, se necessário, ser desmontada e erguida em outro local.
Estruturas metálicas e sistemas industrializados viabilizam
a mudança de endereço
Nesta casa, construída pela primeira vez na avenida Beira-Mar,
no centro de Florianópolis, nada foi executado
possibilitar a mobilidade da edificação, os arquitetos escolheram materiais
como as estruturas metálicas e sistemas construtivos que permitem a dinâmica da
remontagem. Somente as 11 sapatas da estrutura de fundação, feitas de concreto
armado, não podem ser removidas.
Estruturas metálicas e sistemas
construtivos permitem remontagem dinâmica
Casa de Vidro, do arquiteto americano Philip Johnson. A residência criada por
ela e Abreu Júnior tem
perfis de aço corten. Externamente, é contornada por deques, resultando no
total de
metros quadrados
sistema composto por painéis de vidro que permite a abertura total do ambiente.
Quando necessária, a privacidade é garantida por persianas do tipo rolo ou tela
solar, ou ainda por sistema blackout, com cobertura de vãos de cinco metros e
acionamento motorizado ou por controle remoto.
o … cria espaço para a cisterna e para instalações
elétricas e hidrossanitárias
Os painéis de vidro temperado, de 0,40 x
milímetros de espessura, deslizam sobre trilhos, de forma que
fechamento, quando abertos, concentram-se em
conjunto, conhecido como Evolution Envidraçamento Inteligente, tem a
possibilidade de correr também através de ângulo de 90 graus. A cobertura da
casa ganhou telhas do tipo sanduíche, em alumínio e polipropileno, com
características termoacústicas. Duas calhas laterais recolhem a água da chuva
para um sistema de filtragem e reutilização em vasos sanitários e jardins.
A elevação da estrutura a um metro do solo…
O desenho proposto pelos arquitetos consiste em uma
sala-quarto e um módulo – um cubo de 3 x
madeira – que concentra toda a parte funcional: cozinha, serviços, armários e
banheiro. Um dos lados do cubo atende ao ambiente social/íntimo, com sistema
multimídia – uma mesa versátil se encaixa em uma estante para escritório ou se
desloca para o centro da sala, transformando-se em mesa de jantar com seis
lugares. No cubo se agrupa também a parte hidráulica e elétrica da casa. A
estrutura da edificação foi elevada um metro do solo, criando espaço para a
cisterna e para as instalações elétricas e hidrossanitárias. O piso laminado,
colocado sobre contrapiso de laminado melamínico, o forro modulado de MDF,
brises apoiados sobre a estrutura e a marcenaria permitem o processo de
desmontagem e remontagem da casa em novo local, conforme previsto no projeto
desenvolvido pelos arquitetos.
Instalação da estrutura da cobertura, que depois receberia
telhas metálicas termoacústicas
A edificação foi apresentada pela primeira vez no local onde
aconteceu a Mostra Casa Nova,
o evento, a residência foi remontada no Morro das Pedras, no litoral da capital
de Santa Catarina, e os arquitetos estudam a possibilidade de levá-la também à
região serrana. A experiência em três microclimas dará continuidade à
realização do conceito. A montagem da casa é a oportunidade de verificar
como este se comporta na prática, afirma Beatriz. O projeto contou com a
colaboração do estudante de arquitetura Jimi Haensel e de empresas que
abraçaram a idéia e colaboraram com sua execução.
Fonte: FINESTRA
Edição 55 Dezembro de 2008