O ano de 2013 ficou marcado pela comemoração dos 30 anos de fundação da AFEAL – Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio. Os últimos 12 meses merecem um capítulo especial na história da entidade, que nesse período tornou realidade diferentes projetos. Conquistas ressaltadas pelo presidente da associação, Lucínio Abrantes dos Santos, em seu discurso de abertura do Evento de Confraternização 2013, que aconteceu no dia 27 de outubro último, no Millenium Centro de Convenções, em São Paulo.
“Há menos de um mês, nos reunimos durante dois dias para comemorar em alto estilo. A cadeia produtiva das esquadrias e fachadas de alumínio compareceu, em peso, para o Congresso Internacional sobre temas do setor, totalmente inédito no país. Estiveram presentes em torno de 400 participantes para receber conhecimento de palestrantes nacionais e estrangeiros convidados por nós. Foi um mergulho em soluções arquitetônicas que, mundo afora, exigem esquadrias e fachadas de alumínio com elevado grau de eficiência energética”, disse Lucinio, lembrando-se da realização do Congresso Internacional AFEAL’30.
Entre as ações destacadas pelo presidente, estiveram a entrada em vigor da Norma de Desempenho, com repercussões para as esquadrias, fazendo com que a AFEAL chamasse para si a iniciativa de criação de critérios normativos para o desempenho acústico e térmico das janelas, que estão consolidados na proposta da parte 4 da NBR 10821; o lançamento da cartilha ‘Compre Certo! Para Vender Qualidade’ com informações para esclarecer os lojistas e vendedores do comércio de materiais de construção sobre a importância de só vender esquadrias qualificadas pelo PBQP-H; e a pesquisa de profundidade que a AFEAL contratou em parceria com a ABAL – Associação Brasileira do Alumínio -, ABIVIDRO – Associação Técnica Brasileira Indústrias Automáticas Vidro – e AFEARJ – Associação dos Fabricantes de Esquadrias de Alumínio do Estado do Rio de Janeiro – para mapear o setor, apresentando dados como o tamanho do mercado comprador, o que desejam os consumidores, quais as demandas das indústrias, entre outros.
“O crescimento da construção civil brasileira, iniciado em 2006, introduziu na paisagem das cidades projetos arquitetônicos com fachadas espetaculares. Essa rápida evolução fez de 2013 um ano de estudos e atualização das empresas, que permitiram a nós, fabricantes, respondermos à altura os desafios colocados”, afirmou o presidente para os cerca de 200 profissionais presentes, que acompanharam as projeções para 2014 em palestras com importantes nomes da economia: Renato Meirelles, do Instituto Data Popular, e Ricardo Amorim, da Globo News. Os empresários também receberam bons conselhos para o ano novo com a apresentação motivacional da psicóloga Rebeca Fischer.
A nova classe média
Com o tema ‘Os Novos Consumidores Brasileiros’, o presidente do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, traçou um perfil da emergente classe média brasileira. “Essa história começa com o controle da hiperinflação, em que o cidadão passou a ter condições e tempo de procurar a melhor oferta. Hoje, essa parcela da população corresponde a 54% da sociedade e movimenta mais de R$ 1 trilhão por ano. Se houvesse um país imaginário chamado ‘Classe C brasileira’, esse seria o 12º maior do mundo em número de habitantes e o 18º em consumo, ou seja, estaria no G20 do consumo mundial”, indicou, complementando que o Brasil se transformou em um país com mais gente na classe C do que pobres.
Segundo Meirelles, a nova classe média é composta por famílias com renda per capita entre R$ 320,00 e R$ 1.120,00, e com tais valores, a classe C brasileira é mais rica do que 54% da população mundial. “Esse contingente se fortaleceu com o aumento do emprego formal e do ganho real do salário mínimo, fatores que possibilitaram a mais de 40 milhões de brasileiros saírem da classe D e atingir a C nos últimos dez anos. Isso se deu, em um primeiro momento, por conta da carteira assinada e, depois, no aumento da escolaridade média, que passa a trazer um impacto sobre a renda”, disse o profissional.
Ponto que também colaborou para essa ascensão foi a inadimplência permanecendo no mesmo nível histórico há uma década. “Estamos com uma média de 7,5% de inadimplência da pessoa física, o que é bom em um cenário de expansão do crédito. Se pensarmos em 2003, um pouco mais de 3,5 milhões pessoas tinham acesso ao crédito, hoje já estamos falando de 35 milhões de brasileiros”, comentou.
Explicou que, no Brasil, quase todas as regiões têm a classe média como grande maioria, menos no nordeste, e esse crescimento fez com que surgissem novos mercados, como aqueles voltados às favelas. “Atualmente, existem 11,7 milhões de pessoas morando em comunidades carentes, população maior do que o total de residentes do Rio Grande do Sul. Esse mercado movimenta R$ 63 bilhões por ano, valor maior do que o PIB da Bolívia”, falou.
Um setor que tem se beneficiado da expansão da renda no Brasil, é a construção civil. “24,5 milhões de famílias pretendem reformar a casa nos próximos 12 meses e, destas, 57,8% fazem parte da classe C. Essa é uma grande oportunidade para o setor de esquadrias. O consumidor está aprendendo a escolher e, por isso, se tornando mais exigente. Durante muito tempo, os pedreiros eram vistos somente como meio, só que hoje esse trabalhador constrói a própria casa e a de outras pessoas da classe C. Então ele tem de ser visto como um canal importante para que a informação chegue ao consumidor final”, recomendou o profissional.
Para finalizar, ele deu algumas dicas para os fabricantes de esquadrias. “O design é importante, mas não resolve o problema sozinho. O produto com qualidade já é pré-requisito e fidelizar o consumidor é ação de extrema importância. O Brasil mudou e vai continuar mudando. E para conquistar esse mercado, é necessário se colocar no lugar deste consumidor que movimenta R$ R$ 1 trilhão por ano”, concluiu Meirelles, que após a palestra foi homenageado pelo diretor-secretário da AFEAL, José Sabioni de Lima.
Economia e Oportunidades
A segunda palestra, conduzida pelo economista Ricardo Amorim, teve dois focos principais: mostrar a série de transformações econômicas pelas quais o Brasil e o mundo passaram ao longo da última década e que inicialmente permitiram ao nosso país acelerar o ritmo de crescimento. A outra abordagem foi tentar explicar as razões da redução do crescimento do país nos últimos três anos e o que seria necessário para voltar a acelerar.
“Dois fatores se esgotaram, reduzindo o crescimento: o primeiro é a falta de infraestrutura e a demora para começarmos a ver os resultados dos investimentos no setor. O Brasil tem um problema de déficit de projeto e uma vez que já exista o planejamento e o capital, a implementação é muito complicada. Mesmo assim, investimos pouco, pois enquanto investimos 2,6% do PIB em infraestrutura, os chineses aplicam 13%”, alertou o economista.
Segundo Amorim, o segundo fator que se esgotou foi o capital humano. “Nos últimos dez anos, o Brasil aumentou o nível de empregos em 18,5 milhões de pessoas. Significa que houve uma queda na taxa de desemprego de 12% para 5%. Para voltarmos a crescer na mesma base, teríamos que colocar mais 20 milhões de pessoas para trabalhar, o que não temos”, avaliou. O desafio agora é fazer mais com a quantidade de gente que temos e isso significa, do ponto de vista do governo, lidar com questões estruturais de carga tributaria exagerada, infraestrutura ruim e ambiente de negócios desfavorável. “Por isso, eu acredito que ano que vem, e mais provavelmente por algum tempo, o Brasil está condenado a continuar crescendo na faixa de 2% ou na melhor das hipóteses em 3%”, indicou, explicando que a pesada carga tributária, a burocracia e a corrupção são outros itens que brecaram o desenvolvimento.
A construção civil deve ser analisada a parte, isso porque mesmo com o desenvolvimento menor do país, o setor está crescendo mais do que o resto da economia brasileira. “Eu acredito que esse mercado vai continuar a crescer, porque alguns dos fatores responsáveis pelo bom desempenho devem se sustentar ainda por bastante tempo. O mais importante deles é a expansão muito forte do crédito, o que aumenta a demanda por imóveis no país e que por sua vez gera um movimento de expansão muito forte”, explicou o economista.
“Nos últimos dois anos algumas das grandes incorporadoras, principalmente aquelas de capital aberto, passaram por algumas dificuldades. Entretanto, foi temporário e já atravessamos o pior momento. Agora deveremos ter uma recuperação que sustentará o movimento da construção. Tanto que no Rio e em São Paulo – os maiores mercados -, a venda de imóveis já voltou com força. Os dados de vendas de materiais de construção deste ano mostram um crescimento que é o dobro dos valores atingidos pelo desempenho da economia brasileira”, afirmou.
Em sua palestra, Amorim desmentiu os rumores sobre uma bolha imobiliária no Brasil. “Existem dois tipos de bolhas, as regionais e as nacionais, sendo que esta última é a responsável pelos grandes estragos. Comparando com bolhas que estouraram em outros países, o Brasil ainda não apresenta nenhum fator de risco e a média do preço dos imóveis em relação aos valores disponíveis para o consumo está na média mundial”, finalizou o economista, que foi homenageado ao fim da apresentação pelo vice-presidente da AFEAL, Lage Mourão Gozzi.
Seja Feliz
A psicóloga Rebeca Fischer fez uma apresentação motivacional, incentivando todos a irem em busca da felicidade. “Esse é um sentimento muito abstrato, mas com algumas dicas é possível plantar sementes para que a pessoa chegue nesse estado. Sabendo que é possível, fica mais fácil”, afirmou. “Para ser feliz, temos que pensar necessariamente em coisas boas, que deram certo. Pensamentos sobre coisas que deram errado ou passagens tristes da vida irão me afastar deste objetivo”, comentou.
Um dos conselhos de Rebeca foi evitar, por exemplo, assistir ao noticiário de catástrofes. “Claro que é importante se informar, mas não posso ficar repetidamente vendo as notícias ruins. Outro ponto é evitar conversar com pessoas negativas, em um diálogo com este tipo de pessoa uma alternativa é tentar mudar o assunto e, se não for possível, se retirar da conversa. Não podemos ser vítimas de uma sociedade que, muitas vezes, é negativa, nós podemos escolher como queremos viver”, exclamou.
Lembrança de fatos dos quais a pessoa se orgulha fazem diferença e dão sustentação para se manter a felicidade. “São momentos que não queremos que acabe. É claro que haverá períodos de tristezas na vida, mas se eu tiver comigo lembranças de momentos positivos, isso me dará força para encarar com solidez os problemas”, ressaltou a psicóloga, contando a história de um empresário que estava falido e diante de uma frase ele encontrou a motivação para seguir em frente e se reerguer junto com sua empresa. “A frase era ‘Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional’. Nesse stress e dificuldades todas, é possível projetar como se quer estar no futuro a curto, médio ou longo prazo. Todas as pessoas de sucesso se imaginam como querem estar e não com medo de não conseguir atingir seus objetivos. Um ensinamento valioso é mandar para a mente, o GPS da vida, o ponto em que se quer chegar. Ao invés de pensar em dificuldades, começar a colocar afirmações positivas”, aconselhou Rebeca, que foi homenageada pelo diretor-tesoureiro da AFEAL, Antonio Antunes.
Prêmio Destaque AFEAL 2013
No Evento de Confraternização, foi entregue o prêmio ‘Destaque AFEAL 2013’, que prestigia os profissionais da construção civil que colaboraram com o setor. Os homenageados receberam o troféu das mãos do presidente Lucínio Abrantes dos Santos, dos diretores da associação, José Sabioni de Lima, Antonio Antunes e Lage Mourão Gozzi.
Subiram ao palco para receber o troféu a doutora Ana Julia Ferreira Rocha, da Universidade Mackenzie, em São Paulo, pelo apoio dado à criação, em meados de 2013, do curso de extensão universitária sobre esquadrias; Waldir Rodrigues de Abreu, diretor de Assuntos Econômicos da Anamaco, por sua colaboração na conquista de um terreno no município de Atibaia para instalação do ITEC – Instituto Tecnológico da Construção Civil – e cooperação com o Programa Setorial da Qualidade das Esquadrias de AlumínioFernando Rosa, gerente Geral da AFEAL, por sua atuação a frente da entidade.
Vinícius Veloso
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Publicado: 19/12/13.