Este dirigível rígido, apelidado de Aeroscraft, difere fundamentalmente do, digamos, dirigível da Goodyear. Dirigíveis, por definição, não contam com estrutura interna e mantém a forma apenas com a pressão do gás que eles contêm; quando o gás escapa, eles esvaziam como os balões gigantes que no fundo eles são. Aeronaves rígidas, como os antigos zepelins, mantém a forma apesar da pressão de gás graças a um esqueleto – o Hindenburg usava madeira altamente inflamável, enquanto o Aeroscraft é feito de alumínio e fibra de carbono – e mantém a flutuabilidade com uma série de bexigas cheias de gás. E ao contrário de aeronaves híbridas, o Aeroscraft não precisa de impulso para gerar a sustentação através de um conjunto de asas. É o poder do hélio.
O Aeroscraft está sendo desenvolvido pela Aeros Corp, a maior fabricante mundial de aeronaves e dirigíveis, desde 1996. O projeto recebeu mais de US$ 35 milhões em financiamento de pesquisa e desenvolvimento e o governo até emprestou à empresa alguns engenheiros da NASA para ajudarem a desenvolver a aerodinâmica e os sistemas de controle. Com o lançamento bem-sucedido de um protótipo, o Pelican, no último final de semana, o investimento parece ter compensado. O futuro da viagem mais-leve-que-o-ar parece estar perto de nós.
Com mais de 80 metros de comprimento e 30 metros de largura, o protótipo Pelican tem quase a metade do tamanho que um Aeroscraft completo terá. Se o projeto for concluído, o Aeroscraft terá mais de 120 metros de comprimento e será capaz de carregar mais de 60 toneladas.
Diferentemente de dirigíveis que mantém uma flutuabilidade constante e contam com lastro e ventiladores para ajustar a sua altitude, o Aeroscraft vai usar um sistema de bexiga único que pode alterar o seu peso estático (em relação ao ar) apelidado COSH (da sigla em inglês para Controle de Peso Estático). O sistema realmente funciona de forma bem parecido com a forma como submarinos usam o ar comprimido para flutuar.