Amigo vidraceiro tenho notado que muitos dos
profissionais que trabalham com vidro desconhecem a sua história. Já li muitas
versões históricas sobre o assunto e, pensando nisso, resolvi pesquisar. Escolhi a versão que julguei ser a mais
objetiva e que devemos conhecer como profissionais do setor. É bem desagradável
quando alguém leigo no assunto nos pergunta como é feito o vidro, qual é a sua composição
e fica sem respostas.
Para ajudar a responde tais perguntas, vou passar algumas dicas para vocês:
Basicamente o vidro é obtido
aquecendo uma mistura de sílica (areia), soda cáustica e sal em alta
temperatura, de 1.700ºC, até os três elementos derreterem e, em seguida, cristalizarem.
A história da descoberta do vidro é bem antiga, e
os primeiros registros datam de 5.000 a.C., quando mercadores fenícios
descobriram acidentalmente o novo material ao fazerem uma fogueira – na beira
da praia – sobre a qual apoiaram blocos de nitrato de sódio, que serviam para
segurar suas panelas. O fogo, aliado à areia e ao nitrato de sódio, originou,
pela primeira vez acredita-se, um líquido transparente, o vidro.
Posteriormente, 100 a.C., os romanos já produziam
vidro por técnicas de sopro em moldes, para confeccionar suas
janelas. Em 300 d.C., o imperador Constantino passou a cobrar taxas
e impostos aos vidreiros, tamanha a difusão e importância (lucratividade) do
produto.
Entre 500 e 600 d.C., um novo método possibilitou a
execução do vidro plano, por sopro de uma esfera e sua sucessiva ampliação por
rotação em forno (até o século XIX, a maior parte da produção do vidro foi
feita por esse sistema).
Posteriormente, por volta de 1300, o vidro moldado a
rolo foi introduzido em Veneza (técnica vinda do Oriente, através das
Cruzadas). Assim, a ilha de Murano notabilizou-se e especializou-se na produção
artística do vidro, tendo aparecido nesta época o cristal.
Ainda nessa data, descobre-se um novo processo: por
sopro de cilindros (que foi revolucionária para a produção de vidros planos).
Por ação simultânea de sopro e força centrípeta, originária da movimentação do
cano, obtinha-se um cilindro (50cm de diâmetro por até três metros de
comprimento), que depois era colocado em um forno (estendeira) e
deixado para estender.
Durante a segunda metade do século XIX, muito
esforço foi feito para produzir folhas de vidro por estiramento. William Clark
tentara fabricar folhas estiradas em St. Helens em 1857, mas os problemas de
acinturamento só foram resolvidos por Fourcault em 1904, na
Bélgica.
Lá pela virada do século XX, três poderosos centros
de produção do vidro emergiram e permaneceram os mais importantes a leste do
Atlântico: a França, berço de muitas técnicas originais; a Inglaterra, berço da
Revolução Industrial, e a Bélgica, o berço de Fourcault.
Embora a moderna fabricação de vidro seja uma
criação européia, uma indústria americana emergiu logo. Ao mesmo tempo,
enquanto Fourcault aperfeiçoava seu processo, um avanço paralelo acontecia do
outro lado do oceano com o processo Colburn ou Libbey Owens, que representava
um refinamento técnico do que Fourcault havia criado.
Em 1952, foi revelada uma invenção que mudou tudo.
Fazendo flutuar vidro derretido em estanho também derretido (float),
Pilkington conseguiu produzir vidro quase tão plano quanto suas placas prensadas
e polidas, a uma espessura econômica e em grandes quantidades, através de um
processo contínuo. Por volta de 1955, tinham uma unidade de produtos em grande
escala na St. Helens, produzindo vidro de aproximadamente 2,5m de largura.
Hoje, no Brasil, já temos várias fábricas
produzindo vidro liso dessa forma (float), com a mesma qualidade dos vidros
europeus e norte-americanos.
Fco. P. Marin
fp.marin@uol.com.br
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